quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

5:20

Acordei 5:20 de um sonho ruim da qual eu nem me lembro. Percebi que não conseguiria dormir mais e decidi começar meu dia então, levantei tomei um copo d'água e lavei as louças (coisa que a minha mãe sempre quis que eu fizesse mas como eu levantava tarde acabava que ja estava tudo limpo quando eu fosse fazer). Tomei os dois chás como de costume e fiz um omete protéico. Assisti jornal. O nacional e o local. Esperei minha mãe levantar e após isso intimei: vamos caminhar?! (Outra coisa que ela sempre quis fazer comigo porém não fazíamos pq eu estava dormindo) e após o cafézinho, fomos. Meia hora de caminhada e depois de um banho gelado, cá estou. São 8:09 e eu estou cheia de planos pro meu dia e carrego comigo um aprendizado: tudo depende de como você encara os fatos. A vida é cheia de caminhos, cabe a nós decidirmos qual escolher seguir. Eu poderia muito bem ter me revirado na cama pós o sonho ruim e acabar vencendo meu sono pelo cansaço e ter dormido até as nove, como vinha fazendo nos últimos dias, mas escolhi sair dessa rotina e gostei tanto que desejo repetir amanha, depois e depois.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Pra lembrar-

-Você tem 5 minutos.
Conversamos por 2 horas.

8 de Outubro

No início, eu me lembro bem, estávamos nos conhecendo e quando uma conversa se encerrava eu já estava pensando na próxima. Era um vício gostoso, me fazia esquecer as angústias dos meses passados. Depois, sabia todos os seus horários. Ficava te esperando até ás 1h, pois geralmente esse era o horário que você voltava pra casa após sair com seus amigos. O mais tardar era às 2h. E era sempre muito legal pq eu adorava o fato de você ligar o pc, em consequência do seu celular que foi roubado assim que começamos a conversar, quando chegasse em casa só pra falar comigo. Sempre brigávamos quando um ou o outro estava alcoolizado. Por ciúmes?! É claro... E as vezes que me disse que nunca daríamos certo e deveríamos parar por ali?! Perdi as contas.
Dois meses se passaram, três... e a insegurança sempre me assombrou por causa dos seus sumiços repentinos que começaram a acontecer. As vezes eles duravam 24h e quando você aparecia dizia "Cheguei tarde ontem, não deu pra entrar pra falar com você." Pow! Na cara. Tomei vários desses. Em uma ocasião ou outra começava a escrever dizendo que gostaria de ler sua mente, só para saber o que passava na sua cabeça em relação a mim.
Me esforcei diversas vezes a te dar um gelo ou então abandonar o barco, mas sempre fracassei na segunda opção. E na primeira, você sempre sabia e vinha com jeitinho perguntar "o que foi? tá diferente" e eu já me rendia. Com o passar do tempo, o encanto foi diminuindo. Antes sempre ia dormir com a certeza de que acordar encontraria um "bom dia" seu na caixa de entrada, hoje durmo sem saber quando irei falar contigo de novo. 
Malditas paixões repentinas... 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Verão

        Isso tudo aconteceu em uma quarta, era fim de tarde quando o meu celular apitou alertando que haviam me mandando uma mensagem. Eu estava na casa dele, meu melhor amigo, estávamos entediados assistindo a qualquer coisa na televisão quando ouvimos o alerta do celular. Nos olhamos por 3 segundos e ambos saltaram no sofá em direção ao celular que estava na mesa da outra sala, ao lado de minha bolsa. Era óbvio que ele chegaria mais rápido do que eu, mas eu não poderia deixar de tentar, afinal, a mensagem era pra mim. Entre gritos, risadas, puxões de camisa, arranhões e tapas sem muita força, tentei alcançar o celular que já estava sob domínio de sua mão, mas sem sucesso. Ele era mais alto que eu e colocou o celular acima da minha cabeça sem nenhuma dificuldade, destravou-o (é claro que ele sabia minha senha), ficou em silêncio por alguns segundos, tempo necessário para que seu rosto ficasse ríspido. Tentei continuar com meus xingamentos amigáveis embaralhados com risadas fazendo com que ele me entregasse o celular, mas ele só o travou e o soltou de volta em cima da mesa e desapareceu do meu campo de visão. Fiquei digerindo aquela cena durante um tempo, coletando todas os possíveis motivos que o fariam ficar daquele jeito, peguei o celular e então li: "Só pra avisar que já cheguei, espero que vc ainda não tenha desistido de ter aquela nossa conversa. Vem aqui em casa hoje? Saudades, bjs." Congelei. Escutei uma porta batendo em algum canto da casa e quando me voltei para o corredor ele estava parado, agora vestido com uma camisa toda amassada e a prancha embaixo do braço, me fuzilando com os olhos, só esperando que eu dissesse alguma palavra para que então ele pudesse acabar comigo. Não consegui dizer nada, e também não queria ouvir tudo que ele iria dizer... já sabia de cor. Faziam semanas que eu havia aceitado a condição de ter uma última conversa com Miguel, meu ex-namorado sacana que viajou com duas amigas sem que eu soubesse, e agora aquilo não fazia sentido mais, eu não queria sair de dentro daquela casa, não por aquele motivo tosco, queria mesmo era continuar sem fazer nada com o Gu, a melhor pessoa que o mundo pôs no meu caminho desde quando meu namoro acabou, mas como eu iria explicar isso para ele agora? Seus pensamentos gritavam pelos quatro cantos daquele apartamento imenso e eu sabia que nada que eu dissesse iria adiantar. Ele começou dizendo que não conseguia acreditar que eu ainda tinha contato com o Miguel, eu tentei contornar mas em meio a lágrimas e soluços nada que fizesse muito sentido conseguia sair da minha boca. Ele disse coisas horríveis, todas elas completas de razão. Me encostei na parede e continuei chorando enquanto ele andavam pela sala gritando comigo. Ele estava me assustando. Respirei fundo e me levantei, juntei todas as forças que me restaram e disse: - Quer saber quando eu concordei em conversar com ele? Quando VOCÊ sumiu do mapa e foi parar em Angra com aquela garota! Angra, Gustavo?! Com a garota que eu menos suporto no mundo? E o pior de tudo foi saber por ela e não por você! - Ele processou o que eu disse por uns dois segundos e então riu. R-I-U. Eu queria voar no pescoço dele.
- É sério?! Vai voltar mais uma vez nesse assunto? Eu nem peguei a guria.
- Foda-se que não pegou! Alias, que bom, porque se não nem aqui eu estaria.
- Ué, por que?!
- Você sabe muito bem porque. - Eu já estava bufando. Só ele conseguia me deixar tão irritada em questões de segundos.
- Você não é minha mãe pra me dizer o que devo ou não fazer.
Nossa, meu sangue subiu. Queria encher ele de tapas, mas quando me dei conta já estava havia pego minha bolsa e estava com a mão na maçaneta. - E você não é meu pai. - Bati a porta com toda força que tinha, o barulho se ecoou pelo andar inteiro, não sei como a parede não caiu. Também não fiz questão de olhar para trás para ver o estrago, apenas entrei no elevador e deixei que meu corpo vagasse até o táxi.
        Quando o táxi foi embora eu me dei conta de que estava na frente da casa de Miguel. O carro dele estava na garagem, mas o dos pais não. Algumas luzes estavam acessas e eu conseguia ouvir um som abafado de uma música de pagode vindo de dentro da casa. Exitei ao dar um passo e tocar a campainha e me perguntei porque estava ali mesmo. Eu não conseguia lembrar. Lembrei da minha discussão com o Gustavo e meu sangue voltou a subir, mordi o lábio de raiva e então ergui o braço para tocar a campainha mas não consegui apertar-lá. Quando me dei conta estava sentada na calçada, aos prantos, e só conseguia pensar em tudo que o Gustavo havia me dito. Ridículo, é isso que ele é. Um ridículo. Mas o ridículo que tem o melhor abraço do mundo... o único que eu queria agora. Peguei meu celular celular e liguei, caixa postal. Deixei um, dois, três, dez recados. Nada. Mandei umas 20 mensagens. Nada. O desespero começou a me dominar, coloquei as mãos nos olhos tentando impedir que as lágrimas continuassem caindo e liguei mais uma vez e mal reparei que dessa vez chamou... e ele atendeu. -Vem me buscar, por favor... - Foi a unica coisa que eu consegui dizer em meio aos soluços.
        Não  sei quanto tempo fiquei lá, só sei que não demorou muito até que eu estivesse segura no meio dos braços dele. Não consegui soltá-lo até que chegássemos em casa e minha mãe me tirasse dali para me dar banho. Eu só consegui ir depois de ele prometer que ficaria.
        Ficamos deitados na minha cama sem dizer nada e ao mesmo tempo dizendo tudo. Adormi com ele me fazendo carinho no cabelo, e conforme a noite ia passando eu acordava só para me certificar que ele se ele ainda estava lá. E estava.
        Quando o sol nasceu e eu finalmente consegui ver seu rosto, ele estava tão sereno e tão tranquilo que nem parecia aquele garoto que me disse coisas horríveis no dia anterior. Sorri aliviada por aquilo tudo ter passado e eu estar no melhor lugar do mundo, com ele, e não pude conter um abraço. Um abraço forte, tão forte que ele até acordou. -Quer me matar, é?! - E então sorriu de um jeito tão lindo que eu pude sentir o meu coração parar por um segundo. - Obrigada... - Foi tudo que eu consegui dizer. Ele então me deu um beijo na testa, me realinhou em seus braços e disse: - Sh...

quarta-feira, 5 de março de 2014

Tarê

E então ela entrou no quarto rindo, tirando as pulseiras do pulso e balançando a cabeça, ainda digerindo o episódio que acabara de participar. Tirou a roupa e deitou em sua cama, olhando para o teto, vendo-o girar devagar (consequência do pouco de glúten que havia no que tinha acabado de comer), e deixou com que o dilema que te assombrava há meses voltasse a martelar em sua cabeça. O silêncio se fez presente até ser interrompido pelo celular vibrando. "É sempre bom te ver" estava escrito na tela. Um sorriso involuntário se formou nos lábios e ela travou o celular.
- Idiota.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Diálogo (3)

- Quantas vezes uma pessoa consegue dizer que do jeito que tá não dá pra continuar, mas não fazer nada pra mudar?
- Não sei.
- Talvez eu esteja perto de descobrir.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Descarga

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHH...
- O que foi?!
- ... AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH..
- Que que foi, meu Deus??!
-...HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!
- Ela voltou, né?!
Ele só assentiu, sem forças. A amiga então chegou mais perto e o envolveu nos braços:
- Vem cá... vai passar.